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Nick Vujicic

Posted by IRAPOÃ CARSIL on quinta-feira, outubro 27, 2011 in
Sem palavras apenas o conheça:
 

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AUTOPSICOGRAFIA

Posted by IRAPOÃ CARSIL on quinta-feira, outubro 27, 2011 in

 











O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.


                           Fernando Pessoa

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Momentos

Posted by IRAPOÃ CARSIL on quarta-feira, setembro 28, 2011 in ,


O tempo é senhor constantemente mutável.
Amigos meus, aqui não estão mais.
Os poucos amores, levemente passageiros.
Os momentos tristes passaram
os felizes também.
Senhor tempo?!
Criança fui.
O adolescente amadureceu.
Adulto sou.
Deixe-me envelhecer senhor tempo.
E quando eu for um idoso,
vou relembrar dos amigos.
Dos amores.
Da juventude.
E da nostálgica infância!
E nos fins de meus dias, em uma noite chuvosa,
vou escrever um poema intitulado de: obrigado vida!

                                                               Irapoã Carsil

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Poema de Sete Faces

Posted by IRAPOÃ CARSIL on quarta-feira, setembro 28, 2011 in , ,
Publicado em seu primeiro livro, Alguma poesia, de 1930, no Poema de sete faces, de Carlos Drummond de Andrade, o poeta retoma a passagem bíblica referente à morte de Cristo. Ele fala de vários assuntos: da infância, do desejo sexual desenfreado dos homens, questiona sobre o seu próprio eu e faz uma cobrança a Deus. Ele mostra de modo metafórico uma só realidade, a sua visão desesperançada diante do mundo. Ele se via injustiçado diante do mundo e do abandono de Deus, firmando com isso a fala do anjo: “vai ser gauche na vida”.

As “setes faces” do título são trabalhadas nas sete estrofes que compõem esse primeiro texto, que pode ser lido como um perfil autobiográfico do poeta, como indicia o uso do próprio nome no verso 3. Ou seja, trata do indivíduo desajustado, gauche (palavra em francês; lê-se 'gôx'), em desacerto com o mundo. O EU em conflito com o mundo. No poema são apresentados tanto seu discurso quanto sua gênese, numa estrutura marcada pela ambivalência: a cada estrofe intercalam-se harmonia e desarmonia, ainda que a linguagem pretenda-se impessoal e casual. O tom do poema é o do observador e sua poética nos é apresentada como a do incomunicável.

Nas sete estrofes do poema exibem as sete faces da poesia de Drummond, nos tons e nos temas: a conversa quase prosa, a fala, o ritmo exato, a prece, o retrato falado, a caricatura, o humor, a oralidade. E o indivisível indivíduo que se multiplica fraco e forte, tímido e “voyeur”, irônico e solidário, confidente e mineiramente arredio. Não por acaso, o poema foi escrito no dia de natal, em 1928, o que pode explicar o anjo embora torto e a invocação bíblica da 5ª estrofe. Algumas dessas sete faces podem ser facilmente reconhecidas ao longo de sua obra.

O poeta se via como “gauche”, “torto”, “canhestro”, em face de si e do mundo, ele não consegue se situar em um contexto social. O seu referencial é o seu próprio eu insatisfeito, buscando, desejando, retraindo-se. Por isso ele cobra: “Meu Deus, por que me abandonaste/ se sabias que não era Deus/ se sabias que era fraco”. Ele é esquecido por Deus e termina o poema “comovido como o Diabo”, depois de beber e de relembrar sua triste realidade. No entanto, antes de finalizar ele afirma que apesar de se chamar Raimundo que significa: “protetor, poderoso, sábio, indica uma pessoa que tende a se isolar, pois é muito rigorosa consigo mesma e supervaloriza as virtudes dos outros. Mas, quando se conscientiza da sua própria importância, torna-se capaz de dar apoio e conselhos valiosos a todo mundo”, só serviria para rimar com o mundo, não para solucionar seu problemas.

Dá para entrever Drummond, no que se refere ao momento histórico em que se situa o Poema de Sete Faces, como um poeta conflituado com o mundo, buscando na própria dialética existencial a explicação do sem-sentido da vida. Seu drama começa ao ser lançado nos adversidades do mundo sob as ordens de um “anjo torto”: anjo que representa as desarmonias entre o poeta gauche e o mundo. Para o gauche visualista, o mundo é um espetáculo que passa, assim como o bonde citado no poema, à revelia de qualquer indagação ou explicação. Na oscilação entre o real e o irreal, na busca entre essência e aparência é que a cena se movimenta.

O poeta gauche é um contemplador orgulhoso que se considera maior que o mundo num mesmo momento em que se vê quebrantado pela realidade, pelo dualismo do Eu menor que o Mundo, sente-se fraco e não vacila em apelar: “Meu Deus, porque me abandonaste”.



Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: 
Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus,
pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
                                         
                                                     Carlos Drumond de Andrade

                                                 
                                                        


 

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Tiago 1:19.

Posted by IRAPOÃ CARSIL on quinta-feira, agosto 25, 2011 in
Todo homem tem de ser rápido no ouvir, vagaroso no falar, 
vagaroso no furor;

                                                    Tiago 1:19.   

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ODIENTO

Posted by IRAPOÃ CARSIL on quinta-feira, agosto 25, 2011 in

Dilacerará o próprio coração aquele que 
propagar o ódio contido e intensificá-lo.

                                                   Irapoã Carsil 

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J. P. Eckermann

Posted by IRAPOÃ CARSIL on quinta-feira, agosto 25, 2011 in
De nós, velhos, desculpam-se os erros, 
pois não encontramos as estradas abertas; 
mas de quem chegou ao mundo depois de nós, 
pode-se exigir mais; andarão por 
caminhos que nós já abrimos.
                                     
                                                               J. P. Eckermann  
                                                               Alemanha  
                                                               1792 // 1854

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Poeta de Sete Faces – Drummond de Andrade

Posted by IRAPOÃ CARSIL on terça-feira, agosto 23, 2011 in

Poeta de Sete Faces – Baseado na Vida de Carlos Drummond de Andrade

poeta sete faces drummond [Documentário] Poeta de Sete Faces   Baseado na Vida de Carlos Drummond de Andrade Documentário retratando a vida e a obra do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (falecido em 1987). Misturando depoimentos, canções (adaptadas de poemas de Drummond), cenas dramatizadas, descrito como um documentário poético. Assim temos participações variadas de poetas como Mario Chamie, cantoras como Maria Lucia Godoy (“Cantiga de Viúvo”), e mais Affonso Romano de Sant´Anna, Ferreira Gullar, Leandro Konder, Samuel Rosa (“Poema de Sete Faces”), Tonia Carrero, o filósofo Benedito Nunes etc.
O famoso “Quadrilha”, por exemplo, é interpretado por um grupo de atores na Confeitaria Colombo. Também tem algumas cenas de cine-jornais de época e até cenas de “O Padre e a Moça”, de Joaquim Pedro de Andrade.
O ator Carlos Gregório faz o adulto Drummond, inclusive em entrevista. Noutra ocasião, o próprio diretor aparece como entrevistador. E um poema dramatizado e com narração do próprio poeta. Sem esquecer, um depoimento do próprio já idoso. Ou seja, inventivo mas irregular e sem o devido impacto.

Gênero: Documentário
Duração: 94 min.
Lançamento (Brasil): 2002
Direção: Paulo Thiago
Roteiro: Paulo Thiago
Tamanho: 379mb | Formato: rmvb



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AÇÃO REFLEXIVA

Posted by IRAPOÃ CARSIL on sexta-feira, agosto 19, 2011 in
Não aja com impulso homem pequenino,
aja com inteligência e reflexão em calma.
Assim terás sucessos em escolhas tuas.

                                                             Irapoã Carsil

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A Nossa Vitória de cada Dia

Posted by IRAPOÃ CARSIL on sexta-feira, agosto 19, 2011 in

















Olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceite o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos.Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer a sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar a nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gaffe.
Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingénuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer «pelo menos não fui tolo» e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia. 

                                                                           Clarice Lispector
                                                                                                 (Ucrânia, 1925 - Brasil, 1977)

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Onde eu cresci

Posted by IRAPOÃ CARSIL on terça-feira, agosto 16, 2011 in ,


Cidadão Quem é uma banda brasileira de rock. Surgiu em Porto Alegre, em meados de 1990, com formação original de Cau Hafner (bateria), Duca Leindecker (vocal e guitarra) e Luciano Leindecker (baixo). Seu nome é inspirado no filme Citizen Kane (Cidadão Kane), de Orson Welles.









 Onde eu Cresci

Hoje o tempo está melhor
Vou sair e andar pela Redenção
No caminho vou achar
Alguém pra falar da situação
E assim viver aqui
Nas ruas onde eu cresci
Na calçada onde joguei futebol
E o gol era esse portão
No lugar onde perdi
E nunca encontrei o meu Falcon
E assim viver aqui
Nas ruas onde eu cresci

Ah! Agora espero
Você me dar a mão
Pra gente sair
Dar uma volta
Entre as pessoas
O sol da Redenção
No meu caminho

Hoje o tempo está melhor
Vou sair e andar pela Redenção
No caminho vou achar
Alguém pra falar da situação
E assim viver aqui
Nas ruas onde eu cresci

Ah! Agora espero
Você me dar a mão
Pra gente sair
Dar uma volta
Entre as pessoas
O sol da Redenção
No meu caminho

E assim viver aqui
Nas ruas onde eu cresci
                                               Composição: Duca Leindecker

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A Banda Mais Bonita da Cidade

Posted by IRAPOÃ CARSIL on terça-feira, agosto 16, 2011 in , ,
Oração

Meu amor essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa

Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois

Cabe até o meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa

Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois

Cabe até o meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa

Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe essa oração

                                                                   Composição: Leo Fressato

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PAPEL PINTADO

Posted by IRAPOÃ CARSIL on quinta-feira, julho 28, 2011 in

  











Foi uma reunião inesperada,
a paz não recebeu convite,
mas, um recado: jamais compareça!
A solidariedade fizeram questão
de deixá-la de fora.
O respeito não ficou sabendo
da reunião, a bondade até estranhou
havia tanto silêncio.
A dignidade também ficou sem saber,
a harmonia ficou dormindo,
nenhuma informação foi até a ela.
A virtude foi despistada,
mandaram-na para bem longe,
o amor acorrentado!
Fizeram a reunião e estavam
presentes: a crueldade, o ódio,
o abuso, a iniquidade, o desrespeito,
a corrupção, a hipocrisia, a violência,
a desgraça,...
Assim gerou o capitalismo.
Por isso que no sistema capitalista nunca
se viu a paz, a sua presença não foi
aceita.
A solidariedade só existe do lado de fora.
O respeito ninguém a conhece,
nunca a viram.
A bondade está em algum lugar quieta
possivelmente junto com a dignidade.
A harmonia entrou em uma eterna
hibernação, a virtude só conseguem tê-la
quem acreditar e ir para bem longe e
buscá-la.
O amor é um mito, dizem que está
no alto de uma montanha aprisionado,
chorando e tentando se desgarrar. 

                                               Irapoã Carsil


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