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Gabriel o Pensador - Linhas Tortas

Posted by IRAPOÃ CARSIL on domingo, dezembro 02, 2012 in



Alguns às vezes me tiram o sono, mas não me tiram o sonho
Por isso eu amo e declamo, por isso eu canto e componho
Não sou o dono do mundo, mas sou um filho do dono
Do verdadeiro Patrão, do verdadeiro Patrono

- E aí, Gabriel, desistiu do cachê?
- Cancelei um trabalho aí pra não me aborrecer.
- Explica isso melhor, o que foi que você fez?
- Tá tudo bem, eu explico pra vocês:
Tudo começou na aula de português
Eu tinha uns cinco anos, ou talvez uns seis
Comecei a escrever, aprendi a ortografia
Depois as redações, para a nossa alegria
Professora dava tema-livre, eu demorava
Pra escolher um tema, mas depois eu viajava
E nessas viagens, os personagens surgiam
Pensavam, sentiam, choravam, sorriam
Aí a minha tia-avó, veja só você
Me deu de aniversário uma máquina de escrever
Eu me senti um baita jornalista, tchê
Que nem a minha mãe, que trabalhava na TV
Depois, já aos quinze, mas com muita timidez
Fiquei muito sem graça com o que a professora fez
Ela pegou meu texto e leu pra turma inteira ouvir
Até fiquei feliz mas com vontade de fugir
Então eu descobri que já nasci com esse problema
Eu gosto de escrever, eu gosto de escrever, crer ver
Ver, crer, eu gosto de escrever e escrevo até até poema

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

- Ih, pensador, isso é grave, hein!
É, vovó dizia que eu já escrevia bem
Tentei me controlar, me ocupar com um esporte
Surf, futebol, mas não era o meu forte
Um dia eu fiz uns raps e achei que tava bom
Me batizei de Pensador e quis fazer um som
Ficar famoso e rico nunca foi minha meta
Minha mãe já era isso, eu só queria ser poeta
Meu pai, um homem sério, um gaúcho de POA
Formado em medicina, não podia acreditar
Ao ver o seu garoto Gabriel
Com um fone nos ouvidos viajando com a caneta no papel
- O que você tá fazendo? Vai dormir, moleque!
- Ah, pai, peraí, eu só tô fazendo um rap!
Ninguém sabia bem o que era, mas eu tava viciado naquilo
E viciei uma galera!

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

Não tô vendendo crack, não tô vendendo pó
Não tô vendendo fumo, não tô vendendo cola
Mas muitos me disseram que o que eu faço é viciante
E vicia os estudantes quando eu entro nas escolas
Até os professores às vezes se contaminam
Copiam minhas letras e textos e disseminam
Sementes do que eu faço, já não sei se é bom ou mau
Mas sei que muito aluno começa a fazer igual
Escrevendo poemas, escrevendo redações
Fazendo até uns raps e umas apresentações
Me lembro dos meus filhos e a saudade é cruel
Solidão me acompanha de hotel em hotel
Casamento acabou, eu perdi na estrada
O amor que ainda tenho é o amor da palavra
É falar e cantar, despertar consciências
Dediquei a vida a isso e maior recompensa
É servir de referência pra quem pensa parecido
Pra quem tenta se expressar e nunca é ouvido
É olhar pra minha frente e enxergar um mar de gente
E mergulhar no fundo dos seus corações e mentes
É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas
É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas
Eu escrevo em linhas tortas, inspirado por alguém
Que me deu uma missão que eu tento cumprir bem
Escuto os corações, como um cardiologista
Traduzo o que eles dizem como faz qualquer artista
Que ganha o seu cachê, que é fruto do trabalho
De cigarra e de formiga, e eu não sei o quanto eu valho
Mas eu sei que quando eu ganho, divido e multiplico
E quanto mais eu vou dividindo, mais fico rico
Rico da riqueza verdadeira que é de graça
Como um só sorriso que ilumina toda a praça
Sorriso emocionado de um senhor experiente
Em pé há duas horas debaixo do sol quente
Ouvindo os meus poemas em total sintonia
Eu sou ele amanhã, e hoje é só poesia.


                                          Gabriel O Pensador

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Por quê?

Posted by IRAPOÃ CARSIL on quarta-feira, novembro 21, 2012 in













Havia calma em teus olhos.
Tranquilidade no sorrir.
Alegria no abraçar.
Vontade de viver no respirar.
Não se preocuva com as horas,
o tempo era sempre o mesmo; contínuo.
Comunicava-se com todos!
Mas, nas escondidas, chorava com extrema 
angustia a tal ponto de sentir falta de ar 
com seus soluços.
Um dia cometeu a lástima: suicidou-se!
E todos comentaram:
- Ele era tão feliz.
Mas, ninguém consiguira perceber o apelo, 
o socorro no teatro exagerado de sua vida.
                     
                                                            Irapoã Carsil

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ESCURIDÃO

Posted by IRAPOÃ CARSIL on quarta-feira, outubro 24, 2012 in













Pai me desculpe?
A estrada é escura.                                  
Pratiquei a irresponsabilidade
de deixar a luminária que me
destes em cima de uma pedra e
me distanciei.
Desculpe-me pai?
Perdi-me em meio à escuridão.
E não sei onde está a verdadeira
direção.

                                             Irapoã Carsil

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FAXINA

Posted by IRAPOÃ CARSIL on quarta-feira, outubro 24, 2012 in


 
















Queria poder expelir meus pecados
Arrotar toda a minha raiva,
Toda a mentira,
Toda a minha arrogância.

Suar o meu vício
Minha culpa

Urinar a minha depravação                                           
A minha indecência
A fornicação

Chorar os meus abalos morais
Minha decadência

Flatular minhas inquietações
A minha infelicidade

Cuspir minhas atitudes asquerosas
A minha violência
Minha covardia

Escarrar o meu ócio
Meu ódio

Vomitar o meu medo de lutar
De amar
De orientar-me
Queria poder defecar a minha imperfeição.


                                                          Irapoã Carsil




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AI, AI , MINHA INFELIZ EDUCAÇÃO

Posted by IRAPOÃ CARSIL on domingo, agosto 26, 2012 in , ,


Os homens nunca usaram totalmente os poderes que possuem para promover o bem, porque esperam que algum poder externo faça o trabalho pelo qual são responsáveis.
John Dewey
 
A frase proferida por um filosofo norte-americano de nome John Dewey: "A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida." Então não há  como não perceber que a paixão pelo futebol, novelas, carnaval e musicas  que não nos oferece o estímulo para reflexão e não nos torna cidadãos  pensantes é exatamente o reflexo do descaso da educação não priorizada do Brasil, em suma é esta a vida de "nós" brasileiros. Claro que eu estou falando de uma forma mais simples possível, existe um interesse muito intenso e iníquo por nos enjetarem novelas, futebol, carnaval... estas coisas mediocres de tempos que nos afasta dos verdadeiros acontecimentos.

Segue um grupo charge, que me fez lembrar uma frase ao qual proferi ao amigo que estava ao meu lado ao avistarmos um bêbado: Hilário porém triste!










Para finalizar e acalmar:
"Sorria. Amanhã será sempre pior".
                                Segundo Murphy em uma das suas leis

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ENSINAMENTO

Posted by IRAPOÃ CARSIL on sábado, julho 21, 2012 in
















A vocês que não economizam tempo e                      
permanecem dias pós dias a criarem e/ou
reproduzirem situações da vida alheia;
adotando tal comportamento como
filosofia de vida.
Na verdade gostaria que vocês
proporcionassem aos meninos e meninas
algo de valor, como os bons modos:
Oi! Como vai? Desculpe-me, por favor,
obrigado, bom dia...
Que os ensinassem a verdadeira moralidade,
a verdadeira conduta.
O conceito do respeito sem preconceito e
sem desigualdade.
Que os tornassem ávidos de justiça e paz.
Que os dessem o senso crítico de olharem
a sociedade e contestar sobre as coisas
repugnantes que coexistem.
Que os tornassem reivindicadores da
extrema igualdade sem limites.
Transformassem-os em pensadores e
idealizadores.
Que os ensinassem a dizerem ao menos:
obrigado pela nossa existência.
Ensinassem-os a serem humanitários
e benévolos.
Que os ensinassem a serem mais unidos.
Mais solidários.
Mais dignos.
Que os ensinassem o prazer da fidelidade.
Da humildade.
Da harmonia de viver.
Enfim, que os tornassem verdadeiros
alunos na escola da vida.

                                            Irapoã Carsil

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Vivemos em um tempo

Posted by IRAPOÃ CARSIL on sexta-feira, janeiro 13, 2012 in ,


 

José Ortega y Gasset foi um filósofo espanhol. Após desentender-se com a ditadura espanhola, em 1929 exila-se na Argentina. Durante seu exílio voluntário da Espanha de 1936 a 1945, em plena Guerra Civil Espanhola, Ortega y Gasset viveu, num longo e famoso silêncio com relação aos conturbados tempos políticos de seu país. Ortega y Gasset regressa à Espanha em 1948 e, em 1955, lhe é diagnosticado um câncer, e ele falece no dia 18 de outubro daquele ano.







Vivemos num tempo de chantagem universal,
Que toma duas formas complementares de escárnio:
Há a chantagem da violência e a chantagem do entretenimento.
Uma e outra servem sempre para a mesma coisa:
Manter o homem simples longe do centro dos acontecimentos.

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